segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Uso negativo dos robôs



Os textos a seguir são ensaios produzidos a partir da discussões sobre o que o futuro nos reserva com a criação dos robôs, ou melhor, ou melhor, a tentativa do homem de igualar-se a máquina. Será possível?
A humanização está aí, lutando por sobrevivência, e mais, colocando-se atrativa nas novas profissões que farão parte de nosso dia a dia daqui a algum tempo. Vale a pena dar uma conferida. 

Uso negativo dos robôs
Por Daniel Leite
A robótica engloba a mecânica informática e eletrônica, porém ela tem os seus aspectos positivos e negativos. Ela pode causar impactos sociais, como o desemprego.
As indústrias recrutam robôs para conquistar maior produtividade e qualidade de seus produtos, de forma barata e ficando em frente aos concorrentes. No Japão foi feito um estudo, e ele mostrou que era esperado dos robôs existentes na época que trabalhassem 22 horas por dia, 7 dias na semana e com uma vida útil de seis anos. Perceberam que nesses seis anos estes robôs trabalhariam 48000 horas, enquanto um operário humano trabalha na mesma quantidade em 30 anos. Com esse estudo percebe-se a diferença  no preço e a vantagem para os donos de fábricas a utilização da robótica.
Hoje o preço dos robôs está caindo, estes ficaram mais acessíveis e valerão ainda mais a pena. Quanto mais robôs mais funcionários serão despedidos, e isso irá causar um desemprego estrutural (quando tem mais pessoas querendo emprego do que vagas). Em alguns casos ao invés de causar desempregos, os empregos podem ser modificados.
Outro ponto negativo da robótica é o uso dela nas guerras. Robôs de guerra já entraram em ação no Iraque. Essas máquinas poderão um dia ser equipadas com uma consciência artificial, com capacidade de até mesmo desobedecer ordens. De acordo com o exército americano as máquinas armadas ''estão abrindo seu caminho no campo de batalha de hoje e serão muito comuns no futuro".
De qualquer forma operadores humanos são quem controlam as máquinas. Ainda levará tempo para que estes robôs sejam soltos contra a humanidade. Para esses robôs medo e cansaço não são problemas. Robôs matam sem hesitar, e perder um robô na guerra é apenas uma perda financeira.
Nas guerras existem alguns acordos e tratados, porém estes são violados. Um especialista do exército americano diz que os robôs não estariam a ''trapacear'' nas guerras, por terem uma consciência artificial. E estes agiriam com mais humanidade que os próprios humanos. Nesse novo cenário de guerra o ato de matar será atribuído aos robôs.

Humanos e Robôs
Por Ian Linhares
A criação, a inteligência, a autonomia, a evolução, a vida. O termo “Robô” foi usado pela primeira vez pelo Checo Karel Capek (1890-1938) numa Peça de Teatro - R.U.R. (Rossum's Universal Robots) - estreada em Janeiro de 1921; enquanto o termo “Robótica” foi popularizado pelo escritor de Ficção Cientifica Isaac Asimov, na sua ficção "I, Robot" (Eu, Robô), de 1950. Neste mesmo livro, Asimov criou leis, que segundo ele, regeriam os robôs no futuro e até hoje são usadas por outros escritores. São elas as Três Leis da Robótica a seguir:
1. Um robô não pode fazer mal a um ser humano e nem, por omissão, permitir que algum;
2. Um robô deve obedecer às ordens dos seres humanos, exceto quando estas contrariarem a Primeira lei.
3. Um robô deve proteger a sua integridade física, desde que, com isto, não contrarie a Primeira e a Segunda lei.
A ideia da criação e existência de máquinas inteligentes foi desenvolvida no passado e apresentada à sociedade por livros, peças de teatro e outros; mas desde 1920, quando a ideia de máquinas inteligentes e autônomas foi idealizada, expressava um olhar para o futuro. Quando se fala em máquinas inteligentes, mesmo nos tempos atuais em que possuímos desde supercomputadores portáteis até secretárias robôs, a ideia de nosso mundo repleto de robôs nos auxiliando ainda está muito distante. Seguindo esse ponto de vista, onde os robôs que imaginamos estão realmente distantes, devemos lembrar que os robôs de hoje em dia (ainda pouco inteligentes) e os descritos pelas histórias são bem diferentes, afinal, mesmo com os avanços significativos de nossa tecnologia com relação à robótica, ainda estamos bem longe de criar seres que, além da inteligência bem desenvolvida, apresentam autonomia e eventualmente sentimentos. Temos ao nosso redor diversas funções e utilidades para as máquinas de nosso dia-a-dia, mesmo que talvez distantes dos robôs que imaginamos; mas qual é o verdadeiro motivo da criação de robôs em nossa sociedade?
Não importando a distância entre o presente e o futuro que tantos aguardam, onde provavelmente haverá robôs inteligentes, autônomos e talvez até portadores de emoções humanas; a humanidade sempre pensará em duas únicas e principais funções para os robôs (mesmo que esta apresente pequenas variações ou modificações): nos servir e realizar os serviços que são considerados caros, cansativos, difíceis ou perigosos para serem realizadas por seres humanos, podendo variar desde construção civil até aprimoramento de medicamentos.
Humanos possuem diversas utilidades, mas robôs geralmente se encarregam dos piores trabalhos para tornar nossas vidas mais fáceis. Porém não se sabe se esta seria a melhor opção para a humanidade, afinal, mesmo com uma inteligência artificial bem desenvolvida, muitos trabalhos humanos que podem ser substituídos por máquinas inteligentes exigem decisões arriscadas, coisa que costuma exigir muito de um atributo humano que muitos acreditam que será difícil de introduzir nas máquinas inteligentes para realizar esse tipo de escolha: a autonomia.
Quando se fala de autonomia na área de robótica é comum ela vir acompanhada de mais uma ideia que possui muitas características em comum: os sentimentos. Tanto as emoções quanto a autonomia humanas são características que afetariam diretamente o funcionamento e nas ações do robô, afinal, são características humanas. Mas há uma grande questão que vive e ainda viverá nos pensamentos de muitos por muito tempo: se realmente for possível, como seriam introduzidas as emoções e a autonomia em um robô? Sua inteligência pode ser criada num computador e introduzida por meio de um chip, uma pendrive ou mesmo por conexão sem fio, mas como fazer o mesmo com autonomia?
Diversos desenhos animados, livros e filmes já apresentaram como personagens, robôs que possuíam emoções de uma forma tão natural quanto nós, mas diversas dúvidas pairam no ar quanto às chances disso se tornar possível.
Por fim, sempre é bom lembrar que se um robô realmente possuir todas as emoções humanas, ele também poderia desenvolver a ganância e crueldade, podendo assim desencadear todos os tipos de apocalipse presentes nos livros e filmes atuais e passados. Por isso, muitos se perguntam se seria correto dar atributos humanos a uma máquina tão inteligente.
Por um lado, poderia ser ótimo, pois assim, todo o nosso mundo poderia funcionar melhor, com humanos e robôs despoluindo o planeta, encontrando novas maneiras de produzir energia limpa (pois há uma probabilidade de que nossos métodos atuais não funcionassem mais), desenvolvendo mais ainda a medicina, a robótica, a saúde, e segurança, tudo em geral. As possibilidades da humanidade progredir com o auxílio dos robôs são quase infinitas. Sim, são possibilidades muito utópicas, mas ainda são possíveis.
E ao mesmo tempo em que é possível que haja um futuro tão próspero nos aguardando, existe a possibilidade de dar tudo errado. Além da possibilidade do Estado ou qualquer outro grupo forte se aproveitar das máquinas inteligentes para controlar o resto da população, devemos lembrar que com a presença da autonomia (com ou sem emoções inclusas) tornaria qualquer robô que a possuísse mais que onipotente. Mesmo com a existência das Três Leis da Robótica, como hoje quase tudo está conectado por conexão sem fio, qualquer robô poderia acessar o computador de um programador e programar a criação de um robô que não as seguisse. As possibilidades da humanidade ruir graças aos robôs são quase infinitas. Sim, são possibilidades muito distópicas, mas ainda são possíveis.
Por fim, a necessidade da presença de robôs em nossa sociedade é real? Afinal, criar um ser com inteligência, autonomia e sentimentos não é algo tão simples ou banal. Dar autonomia para um ser inteligente para muitos é considerado o mesmo que dar vida e liberdade para um ser antes inanimado. Para muitos, isso é considerado um ato divino. E claro, para outros, isso é visto como algo natural, banal, até mesmo simples. Será que a humanidade realmente está brincando de ser Deus? Será que a humanidade está assinando o próprio túmulo criando seres como esses? Será que algum dia iremos parar de olhar tanto para o futuro, com suas máquinas avançadas e robôs humanoides e começaremos a nos preocupar com o que realmente está acontecendo agora? 

Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/07/150728_tecnologia_artificial_hb


Os perigos da robótica
Por Laura Pessoa

Nos dias de hoje a tecnologia robótica tem sido amplamente explorada, estudada e aperfeiçoada. A criação de robôs (ou máquinas de inteligência artificial) vai desde propósitos, digamos, banais, como limpar o chão, até fins nas áreas de saúde, onde são usados como auxiliares em cirurgias médicas.
Mas outro tema abrangendo estas máquinas tem estado muito em voga: a utilização destas para fins negativos, ou o perigo que elas podem causar a humanidade.
Isaac Asimov, o ilustre escritor de ficção científica e autor do livro “Eu, robô”, de 1950, é também criador das três leis da robótica, onde a primeira lei é: “Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal”, porém, parece que essa lei ela foi anulada.
Em 2010, foi construída pela fabricante de armas DoDAAM, na Coreia do Sul, a Super aEgis II, um robô capaz de identificar, rastrear e abater seus alvos sem mediação humana (ainda que a arma só esteja habilitada a atirar depois que um operador humano digite uma senha). Ela utiliza imagens térmicas para capturar seus alvos a até 3km de distância e é capaz de funcionar independentemente do clima e hora, e já está em funcionamento em alguns países do Oriente Médio, como nos Emirados Árabes Unidos e no Qatar.
Essas armas autônomas, também conhecidas como “robôs matadores” têm preocupado cientistas do mundo todo. Em 28/07/2015, por exemplo, durante a Conferência Internacional sobre Inteligência Artificial, ocorrida em Buenos Aires, na Argentina, centenas de cientistas, pesquisadores especialistas assinaram uma carta alertando sobre o uso da inteligência artificial em armas de guerra.
Entre os signatários da carta estão Elon Musk, da Tesla Motors, Steve Wozniak, da Apple, Demis Hassabis, do Google e Stephen Hawking.

A Tecnologia de Inteligência Artificial chegou a um ponto onde a implantação de tais sistemas é – praticamente se não legalmente – viável dentro de anos, não décadas, e as apostas são altas: as armas autônomas têm sido descritas como a terceira revolução na guerra, depois da pólvora e das armas nucleares {...} Ao contrário das armas nucleares, elas não precisam de materiais caros ou raros para serem feitas, assim elas se tornarão ubíquas e baratas para todos os significativos poderes militares que queiram produzi-las em massa. É só uma questão de tempo até que elas apareçam no mercado negro ou nas mãos de terroristas e ditadores que querem controlar suas populações, ou déspotas que desejam fazer ‘uma limpeza’ étnica em seus territórios {...} A pergunta chave para a humanidade hoje é se devemos dar início a uma corrida armamentista feita com inteligência artificial ou se devemos prevenir que ela sequer comece, suspendendo específicamente o uso de armas auônomas que possam sair de controle humano significativo.
Afirma a carta.
Em entrevista à BBC, Hawking alerta: "O desenvolvimento da inteligência artificial total poderia significar o fim da raça humana" e continua: "(Essas máquinas) avançariam por conta própria e se reprojetariam em ritmo sempre crescente", afirmou. "Os humanos, limitados pela evolução biológica lenta, não conseguiriam competir e seriam desbancados."
Além dos perigos já citados, há também o relacionado ao desemprego, onde como na Revolução Industrial, quando máquinas substituíram o trabalho manual para o manufaturado, dessa vez, os de robôs substituirão os humanos, mas em uma escala muito maior, e assim, gerando, talvez, uma crise de desemprego no mundo.
Bibliografia:

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