A literatura e a música são duas
artes que aprecio muito e que no meu - e em vários outros casos - andam juntas,
mas não "coladas". As duas têm caráter expressivo e poético, em uma parte que
pode ser escrita e outra falada ou cantada e a duas tem a incrível habilidade
de conseguir te acalmar; em todos os sentidos. Porém, não consigo misturar as
duas: já tentei escrever música e musicar poesias, mas não deu certo. Ou canto
ou escrevo, mas espero que uma parte da literatura é que ainda não tenha me pegado; talvez seja só uma questão de tempo.
Mesmo que a literatura as vezes exija mais
dedicação, se enganam aqueles que dizem que a poesia, por exemplo, seja uma
coisa muito formal e que não tem a mesma liberdade que a música. Existem muitos
autores que conseguem escrever uma espécie de “poesia de rua”, Paulo Leminski,
por exemplo, é um deles. Nas palavras do músico Mauricio Pereira, que
redescobriu a poesia depois de ler Leminski, diz que seu texto pode ser “bruto e
delicado, comercial e erudito, lírico e sucinto, nojento e espiritual”.
Concordo com ele.
Por Laura Pessoa
Razão de ser
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
Paulo Leminski
Ler Leminski em http://www.releituras.com/pleminski_menu.asp
Ler Mauricio Pereira em http://www.candido.bpp.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=344
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