quarta-feira, 29 de abril de 2015

A arte de ser e viver...



A literatura e a música são duas artes que aprecio muito e que no meu - e em vários outros casos - andam juntas, mas não "coladas". As duas têm caráter expressivo e poético, em uma parte que pode ser escrita e outra falada ou cantada e a duas tem a incrível habilidade de conseguir te acalmar; em todos os sentidos. Porém, não consigo misturar as duas: já tentei escrever música e musicar poesias, mas não deu certo. Ou canto ou escrevo, mas espero que uma parte da literatura é que ainda não tenha me pegado; talvez seja só uma questão de tempo.
Mesmo que a literatura as vezes exija mais dedicação, se enganam aqueles que dizem que a poesia, por exemplo, seja uma coisa muito formal e que não tem a mesma liberdade que a música. Existem muitos autores que conseguem escrever uma espécie de “poesia de rua”, Paulo Leminski, por exemplo, é um deles. Nas palavras do músico Mauricio Pereira, que redescobriu a poesia depois de ler Leminski, diz que seu texto pode ser “bruto e delicado, comercial e erudito, lírico e sucinto, nojento e espiritual”. Concordo com ele.

Por Laura Pessoa


Razão de ser
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
Paulo Leminski



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