segunda-feira, 13 de abril de 2015

Viajar

Além do deslocar-se (coletânea de textos dos alunos e de grandes pensadores)




        "O 8º Ano da Escola Terra Firme tem como tema do projeto "Viajar", o incentivo a aprender novos conteúdos de todas as matérias do 1° bimestre de 2015. Nós aprendemos cada vez mais sobre novas coisas ao decorrer do nosso longo aprendizado.
Quer dizer que temos de ver novas maneiras de conhecer o mundo e suas histórias. Quando vamos viajar, na maioria das vezes sabemos o hotel e quantos dias iremos ficar, mas você já pensou em pegar uma mochila, sair de casa e conhecer o nosso mundo do jeito que  ele é?
Além de viajar pelo mundo, também podemos viajar para dentro de nossa consciência, onde nós conseguimos adicionar novos aprendizados do nosso dia a dia.
Você que sempre sai junto com sua família para hotéis reservados, por que não experimenta, num dia do futuro, fazer uma viagem sem destino para aprender sobre coisas que não vemos na TV e ouvimos no rádio?
Se você gostou dessa ideia continue com o seu cérebro ativo e pensando mais sobre o que você não viu ainda, e tente investigar sobre tudo que interesse a você."

(Lucas Andrade e Edson Almeida)


"Viajar significa viver temporariamente. Mas viagem/viajar não precisa ser exatamente como estamos acostumados, por exemplo ir a praia, ir  ao exterior enfim, o que eu quero dizer é que a viagem não precisa ser necessariamente física, ela pode acontecer na nossa mente, como um simples gesto de sonhar, pensar, sair da rotina, fazer o que você não esta

acostumado, viver novas coisas, buscar o seu "eu" mais distante e viajar para dentro de você mesmo, descobrir coisas sobre si que nem você sabia."
(Emanuelle Cristine de Oliveira)



       "Viajar não é só pegar um avião e ir para qualquer lugar, viajar é mudar, evoluir, crescer, desenvolver... Existem muitas formas de viajar, não só de carro, ônibus, bike, trem... Nós podemos também, viajar para dentro de nós mesmas, nos descobrindo e nos fazendo querer mudar. Sempre estaremos prontos para a evolução... É fácil pensar que somos perfeitos e não precisamos mudar nada, mas, a cada piscada que damos, nós evoluímos como ser humano, mudamos o nosso jeito de pensar, agir... Isso tem tudo a ver com viajar... Vajamos todos os dias no nosso corpo, nos nossos pensamentos, atitudes."
(Amanda Baiersdorf Araújo)



     "A verdadeira viagem de descoberta não consiste na busca de novas paisagens, mas em um novo olhar" (Marcel Proust, escritor francês, um dos mais importantes romancistas de todos os tempos)


"Quantas vezes em silêncio, mergulhei bem fundo nos meus pensamentos, me deixando levar por sonhos e encantos do momento... poucos minutos, ou quem sabe até míseros segundos, viajei pelo infinito de minha alma, buscando a realização para uma ilusão que foi destruída pela impiedosa realidade que me impediu de continuar... Gostaria de continuar a sonhar... não dormindo! pois, o sonho do sono traz os problemas que afligem na cruel realidade, mas o sonho da alma, que busca uma realização... Realizar um fortalecido para enfrentar os entraves que a realidade nos impõe..." (de Sidney Santborg, texto selecionado por Emanuelle C. de Oliveira)


"Cuando los famas salen de viaje, sus costumbres al pernoctar en una ciudad son las siguientes: Un fama va al hotel y averigua cautelosamente los precios, la calidad de las sábanas y el color de las alfombras. El segundo se traslada a la comisaría y labra un acta declarando los muebles e inmuebles de los tres, así como el inventario del contenido de sus valijas. El tercer fama va al hospital y copia las listas de los médicos de guardia y sus especialidades.
Terminadas estas diligencias, los viajeros se reúnen en la plaza mayor de la ciudad, se comunican sus observaciones, y entran en el café a beber un aperitivo. Pero antes se toman de las manos y danzan en ronda. Esta danza recibe el nombre de «Alegría de los famas».
Cuando los cronopios van de viaje, encuentran los hoteles llenos, los trenes ya se han marchado, llueve a gritos, y los taxis no quieren llevarlos o les cobran precios altísimos. Los cronopios no se desaniman porque creen firmemente que estas cosas les ocurren a todos, y a la hora de dormir se dicen unos a otros: «La hermosa ciudad, la hermosísima ciudad.» Y sueñan toda la noche que en la ciudad hay grandes fiestas y que ellos están invitados. Al otro día se levantan contentísimos, y así es como viajan los cronopios.
Las esperanzas, sedentarias, se dejan viajar por las cosas y los hombres, y son como las estatuas que hay que ir a ver porque ellas no se molestan."

(Tradução)
    “Quando os famas saem em viagem, seus costumes ao pernoitarem numa cidade são os seguintes: um fama vai ao hotel e indaga cautelosamente os preços, a qualidade dos lençóis e a cor dos tapetes. O segundo se dirige à delegacia e lavra uma ata declarando os móveis e imóveis dos três, assim como o inventário do conteúdo de suas malas. O terceiro fama vai ao hospital e copia as listas dos médicos de plantão e suas especializações.

Terminadas estas providências, os viajantes se reúnem na praça principal da cidade, comunicam-se suas observações e entram no café para beber um aperitivo. Mas antes eles se seguram pelas mãos e dançam em roda. Esta dança recebe o nome de Alegria dos famas.

Quando os cronópios saem em viagem, encontramos os hotéis cheios, os trens já partiram, chove a cântaros e os táxis não querem levá-los ou lhes cobram preços altíssimos. Os cronópios não desanimam porque acreditam piamente que estas coisas acontecem a todo o mundo, e na hora de dormir dizem uns aos outros: “Que bela cidade, que belíssima cidade”. E sonham a noite toda que na cidade há grandes festas e que eles foram convidados. E no dia seguinte levantam contentíssimos, e é assim que os cronópios viajam.

As esperanças, sedentárias, deixam-se viajar pelas coisas e pelos homens e são como as estátuas que é preciso ir ver porque elas não vêm até nós.”

(Julio Cortázar, Historias de cronopios y famas)




“O nômade não é forçosamente alguém que se movimenta: existem viagens no mesmo lugar, viagens em intensidade, e mesmo historicamente os nômades não são aqueles que se mudam à maneira dos migrantes; ao contrário, são aqueles que não mudam, e põem-se a nomadizar para permanecerem no mesmo lugar, escapando dos códigos” (do filósofo francês Gilles Deleuze, "Pensamento Nômade", em: A Ilha Deserta).



“Viajar es marcharse de casa,
es dejar los amigos
es intentar volar;
volar conociendo otras ramas
recorriendo caminos
es intentar cambiar.
Viajar es vestirse de loco
es decir “no me importa”
es querer regresar.
Regresar valorando lo poco
saboreando una copa,
es desear empezar.
Viajar en sentirse poeta,
escribir una carta,
es querer abrazar.
Abrazar al llegar a una puerta
añorando la calma
es dejarse besar.
Viajar es volverse mundano
es conocer otra gente
es volver a empezar.
Empezar extendiendo la mano,
aprendiendo del fuerte,
es sentir soledad.
Viajar es marcharse de casa,
es vestirse de loco
diciendo todo y nada en una postal.
Es dormir en otra cama,
sentir que el tiempo es corto,
viajar es regresar.”
(Tradução)
Viajar é deixar a casa
é deixar os amigos
é tentar voar.
Voar conhecendo outros ramos
atravessando caminhos
é tentar mudar.
Viajar é vestir-se de louco
é dizer “não me importa”
é querer voltar.
Voltar valorizando o pouco
saboreando uma bebida
é desejar começar.
Viajar é sentir-se poeta
escrever uma carta
é querer abraçar.
Abraçar ao chegar em uma porta
sentir saudade da calma
é desejar beijar.
Viajar é se tornar mundano
é conhecer outra gente
é voltar a começar.
Começar estendendo a mão
aprendendo do forte
é sentir solidão.
Viajar é deixar a casa
é se vestir de louco
dizendo tudo e nada com um postal.
É dormir noutra cama
sentir que o tempo é curto
viajar é voltar!
(Gabriel García Márquez)

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